quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Rosa Vermelha



Expoente do movimento socialista internacional no inicio do Século XX, Rosa Luxemburg (conhecida como “Rosa Vermelha”), nasceu em 1871,  na cidade polonesa de Zamo (àquela época,  parte da Rússia). Educada em Varsóvia, foi nessa cidade que ela iniciou suas atividades políticas, revelando-se uma oradora vibrante e inflamada por ideais revolucionários. Sua conduta atraiu a atenção das autoridades polonesas e, para evitar ser presa, ela acabou emigrando para a Suíça, onde estudou Ciências Naturais e Economia Política, produzindo uma tese de doutorado sobre "O desenvolvimento industrial da Polônia", em 1898.  Nesse mesmo ano, mudou-se para Alemanha, conquistando a cidadania alemã, ao se casar com um operário local.   
  
Quando estourou a I Guerra Mundial, suas firmes convicções internacionalistas levaram-na a se opor  à participação dos trabalhadores alemães no conflito, posição que lhe valeu ser marginalizada dentro do SPD, cuja direção optou por apoiar o governo do Kaiser Guilherme, na guerra. Foi, aliás, essa questão que provocou a grande rachadura do movimento socialista mundial, a partir de então dividido entre uma ala moderada (que manteve o controle do Partido Social Democrata) e uma ala de esquerda, empenhada em  preparar e deflagrar uma revolução operária na Europa, a partir da Alemanha.
   
Rompendo com a direção do SPD, Rosa e o socialista alemão Karl Liebknecht, fundaram a Liga Spartakus, que se tornaria o embrião do futuro Partido Comunista Alemão. Por seus discursos públicos contra a guerra, ela foi presa, permanecendo na prisão até o final do conflito. Solta em novembro de 1918, rapidamente se integrou ao eixo da efervescência política em que o país mergulhara, após a derrota militar.  A monarquia fora derrubada e começavam os dias confusos da República de Weimar.

Era caótica a situação do movimento socialista alemão, em novembro de 1918. A decisão de apoiar o esforço de guerra, tomada a 4 de agosto de 1914, e a duração da guerra haviam destruído a unidade, a disciplina e a força do SDP. Desde abril de 1917, a Social Democracia estava formalmente dividida em dois partidos políticos: a maioria (MSDP), compreendendo, grosso modo, a direita e o centro, sob a liderança de Frie drich Ebert e Philipp Scheidemann;  e a minoria, abrangendo a antiga esquerda, liderada por Hugo ilaase, constituindo o Partido Social Democrático Independente (USDP).



Cartaz da Liga Spartakus

Por seu turno, o USDP divida-se em correntes, por vezes antagônicas, uma das quais era  integrada pelos espartakistas, liderados por Karl Liebknecht e Rosa Luxemburg que, impossibilitados de fazer prevalecer suas teses dentro do USPD, acabaram fundando uma nova agremiação política, oficializada em 30 de dezembro de 1918, com o nome de Partido Comunista Alemão (KDP). 

Lichknecht e Rosa Luxemburg contavam entre os poucos que desejavam, seriamente, a ação revolucionária. Mas admitiam atuar como oposição socialista de esquerda numa democracia parlamentar. Em contraste, a maior parte dos espartakistas era menos lúcida e ansiava por uma ação revolucionária violenta, sem levar em conta suas reais possibilidades de êxito. Embora não passassem de algumas centenas, sua influência era notável.  
   
Contrariando seus lideres, esses espartakistas decidiram deflagrar  uma insurreição em Berlim, mesmo sendo fracos demais para ambos os empreendimentos. Conseguiram mobilizar grande parte da classe trabalhadora berlinense em demonstrações contra o governo, mas somente algumas centenas de operários estavam dispostas a pegar em armas. O resultado foi que o governo recorreu a grupos para-militares de direita , os “Corpos Livres”, que facilmente sufocaram o movimento rebelde. 
  
Recusando-se a fugir de Berlim para se colocarem a salvo, Rosa  e Liebknecht foram perseguidos, capturados e brutalmente assassinados, em 15 de janeiro de 1919.
  

 Cartaz do filme
 ROSA LUXEMBURGO ("Rosa Luxemburg"), 

             produção alemã-tchecoslovaca de 1986,
              dirigida por  Margarethe von Trotta

com Barbara Sukowa no papel principal.

(Alvaro Rodrigues/2004)

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